Elisabete Joana Bazana Prado é CEO da Delphos Serviços Técnicos, onde atua desde 1980.
Tem formação em Ciências Atuariais, pela PUC-SP e tem grande destaque no setor de seguros.
Insurance Corp – Tendo em vista que a Delphos foi fundada há mais de cinco décadas, como é liderar o setor tecnológico, como mulher e CEO?
Elisabete Prado – Para a garantia da implementação de soluções tecnológicas inovadoras, todo líder deve atuar em modificações estruturais com a máxima abrangência possível, garantindo um pensamento que tem que ser difundido em todos os setores do negócio, e não apenas na área de TI. A governança precisa estimular todas as áreas da empresa a pensar e aprender a partir de uma perspectiva tecnológica. É grande o desafio ser mulher e executiva nesse papel, em uma empresa que é de serviços, mas que tem um forte viés na tecnologia. Nos últimos anos tivemos muitos avanços em relação à atuação das mulheres na Delphos, pois temos perseguido equilibrar o time de desenvolvimento, garantindo a diversidade.
IC – Com os avanços tecnológicos, como a empresa avalia o futuro do mercado de seguros?
EP – É surpreendente a velocidade dos avanços e da evolução qualitativa da tecnologia no mundo. Quando você acha que está em linha com o que há de mais moderno, percebe que precisa rever seus conceitos e se reinventar. Diferentemente do passado, quando o mercado segurador era engessado por causa das tantas regulamentações, atualmente ele tem se mostrado bem vanguardista e com soluções muito inovadoras que facilitam a vida dos corretores e segurados e, garante melhores retornos.
IC – Nos dê detalhes sobre o sistema SinDelphos que agiliza a abertura de sinistros. Como têm sido seu empenho nas seguradoras?
EP- O SinDelphos foi, originalmente, desenvolvido sob medida para atender a uma seguradora específica, com funcionalidades pré-definidas, para atender num balcão de alta demanda. À partir dessa experiência, concluímos que poderíamos ampliar o alcance das funcionalidades originais dotando-o de uma robustez que permite tratar todo o ciclo do sinistro, desde o aviso até a finalização do processo, passando pelas etapas de download da documentação, exigências complementares, controle de vistorias e perícias, regulação e orientação para o desfecho do processo, ficando para a seguradora apenas a incumbência de pagar a indenização quando é o caso.
IC – A Inteligência Artificial está sendo utilizada no setor. Como enxerga o papel do prestador de servicos, diante desta nova ferramenta?
EP – O prestador de serviços existe para liberar as seguradoras de suas tarefas burocráticas e de backoffice, de forma que elas possam atuar no seu verdadeiro core, sem desperdiçar recursos com as chamadas “atividades meio”. Como a IA está sendo usado pelo setor, é inexorável que as empresas de serviços acompanhem a evolução e a utilize igualmente, sob pena de não atender aos propósitos esperados. Mesmo sendo apenas operadoras e não controladoras, as empresas de serviços, precisam garantir às seguradoras que sua parte do processo está segura e de acordo com toda legislação. Uma vez que as seguradoras estão fazendo uso dela, as prestadoras terão que seguir a trilha, pois fazem parte do setor ou da cadeia do negócio.
IC – A Delphos têm novos produtos para lançar no início de 2024? Pode nos adiantar alguma novidade?
EP- A Delphos está fazendo um reposicionamento de seu ERP SegDelphos. É um sistema extremamente robusto, do ponto de vista de performance e pode atender a qualquer ramo de seguro. Mas como tem uma “imagem meio sisuda”, a Delphos está alterando totalmente a parte visual para que além da confiabilidade, robustez tecnológica e outras características, para que ele possa encantar também pelo seu aspecto de apresentação. Estamos também mudando a nossa forma de comercialização, e viabilizando um formato que seja acessível para seguradoras de pequeno porte, principalmente as entrantes que possuem um budget apertado.
Fonte: Revista Insurance Corp